O confronto entre a Polícia Militar e os manifestantes nesta quarta-feira (19) acabou prejudicando os moradores próximos à Arena Castelão. As bombas de gás lacrimogêneo usadas para dispersar os manifestantes também atingiram crianças, adultos e idosos que residem na área.
Alguns moradores ofereciam água para os manifestantes FOTO: MELQUIADES JUNIOR
Na rua Pedro Dantas, via perpendicular à Alberto Craveiro, a moradora Iriane Araújo teve que cobrir os rostos dos sobrinhos com camisas para impedir que as três crianças presentes na casa inalassem mais gás durante o confronto entre os manifestantes e a PM.
Na rua Pedro Dantas, via perpendicular à Alberto Craveiro, a moradora Iriane Araújo teve que cobrir os rostos dos sobrinhos com camisas para impedir que as três crianças presentes na casa inalassem mais gás durante o confronto entre os manifestantes e a PM.
"Passamos vinagre com água para ajudar as crianças. Estamos desesperados. A polícia precisava ter mais cuidado com os moradores, pois não estamos na manifestação, mas estamos inalando esse gás desde cedo", reclamou a moradora.
Ela contou que, no momento do 1º confronto, foi um desespero dentro de casa. "Não sabíamos o que fazer. Nós corremos, mas o gás já tinha se espalhado", acrescentou.
Populares ajudam a socorrer manifestantes
Apesar de terem sido afetados, muitos moradores também ajudaram a socorrer alguns manifestantes feridos atingidos por balas de borracha durante o embate com o Batalhão de Choque da Polícia Militar (BPChoque).
Enquanto todos fugiam da polícia, alguns moradores abriam as portas das casas para para proteger alguns manifestantes e também ofereciam água e vinagre para quem precisava se recuperar dos efeitos das bombas de gás arremessadas.
Em outra residência, uma moradora, que não quis se identificar, lamentou o confronto, devido à saúde da mãe. "Ela tem asma. Não tem condição de ficar aqui. Mas com toda essa movimentação no entorno, é impossível conseguirmos tirar ela daqui", disse a moradora.
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